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Arquitetos: Studio Bruno Porto
- Área: 425 m²
- Ano: 2021
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Fotografias:Júlia Totoli, Rafael Nadler
Descrição enviada pela equipe de projeto. Localizada em um condomínio residencial em Brasília, a Casa Paineiras se destaca por sua implantação em um terreno de pouco mais de 2.000 m², uma notável declividade em uma área de preservação com mata nativa do cerrado. A arquitetura acompanha a linearidade do terreno, ressaltando a horizontalidade e robustez, criando espaços que acomodam a dinâmica de uma vida moderna e proporcionam momentos de relaxamento e conexão com a natureza. A concepção foi guiada pela busca por harmonia entre o ambiente construído e a paisagem, oferecendo aos residentes a sensação de viver em simbiose com a mata. A implantação valoriza a topografia. Por isso, a garagem foi pensada para minimizar a movimentação de terra, apoiar o volume superior e permitir uma experiência de conexão com a natureza desde a chegada.
O corredor de acesso à área íntima foi criado para dar privacidade aos moradores, ao mesmo tempo que interage com a fachada principal através de uma janela de piso. Essa mesma abertura que na fachada acentua a horizontalidade da arquitetura, também foi pensada para dar visão ao pet da família, tornando-se o canto preferido dele. A exigência do cliente era que a casa tivesse uma arquitetura única, imponente, privativa e que fugisse completamente do usual. Assim, criamos três atmosferas: A atmosfera do observador, que cria uma expectativa misteriosa sobre o interior da casa, devido a escala e robustez da fachada cega. Aliado a isso, o hall de entrada ripado torna ainda mais privativo e despercebido o acesso. A atmosfera do visitante, que ao entrar na casa se surpreende pela dualidade da arquitetura, que se fecha para rua e se abre para dentro de si, criando espaços integrados que são valorizados por grandes panos de vidro que permitem a entrada de luz natural e criam vistas panorâmicas.
E a atmosfera dos residentes, que tem a vivência de uma arquitetura moderna abraçada pela natureza, tornando a casa um refúgio. Dessa forma, a área íntima foi separada da área social, com uma barreira invisível, que é a discreta diferença de nível entre elas. O acesso da garagem leva ao hall íntimo, criando uma rota de acesso dinâmica e privativa para o casal. Esse dinamismo possibilita o acesso fácil aos quartos e a área social, permitindo assim, que em um possível evento, um deles entre em casa sem ser notado. A suíte master é um oásis, o nicho que emoldura a vista para o vale e as esquadrias de vidro que se integram à copa das árvores, os transportam para uma atmosfera completamente diferente da urbana. O banheiro é ponto forte, traz a experiência de se sentir em um hotel de luxo e agrega a individualidade de cada um, com suas bancadas separadas. A banheira de imersão, as duchas de teto e o revestimento escolhido, tornam o banheiro intimista e transportam o casal para uma de suas viagens à Ásia. A piscina em formato triangular é outro destaque, foge da linearidade do projeto e foi pensada para se integrar à topografia em declive. Sua borda infinita proporciona uma sensação única de estar suspenso. Posicionada estrategicamente para o por do sol, ela se torna um ponto de conexão com a natureza e um espaço de lazer incomparável.